Campo Grande, meu futuro é aqui!

Eu sou um homem saudosista. Apesar da pouca idade, vivo escutando que estou velho. Normalmente de jovens impressionados com a modernidade. Sou saudosista, bairrista e sei até onde isso é bom ou antiquado.

Minha cidade querida, Campo Grande, fez aniversário a poucos dias. 112 anos de história que me orgulham muito de viver aqui. Eu sinceramente não me importo muito com essas datas comemorativas e festejos públicos porque envolvem muita cara de pau política. Porém, ha muito o que comemorar.

Campo Grande teve muita sorte sim. Pela localização e por tudo que aconteceu em sua história. Muita sorte por receber povos imigrantes tão corajosos e fortes, que contribuíram muito para o progresso. Tive o prazer de ler o livro "Das margens do Prosa ao Bar do Zé" de autoria do grande escritor, poeta, jornalista e neto dos fundadores, Edson Contar. Que narra de forma livre e deliciosa a história da "Babel que deu certo" através de vários personagens da nossa capital. Fiquei ainda mais encantado com a cidade que me acolheu.

Nasci em Coxim, e apesar de tentar, não consegui viver lá. Sempre soube que Campo Grande é o futuro. Com projeção de crescimento ainda inestimada, invisto todas minhas forças no meu crescimento junto com a cidade que amo.

Já faz parte da minha rotina, aos domingos, levar meu filho para passear nos parques da cidade, já que somos muito bem servidos com o Parque das Nações Indígenas, Parque do Sóter, Praça Itanhangá, Horto Florestal, Parque dos Poderes... e vários outros lugares que adoro. Mas nesse domingo percebi algo diferente. Mudanças que estão acontecendo licenciosamente, e transformando nossa cidade.

Percebi que a praça Ari Coelho, meu primeiro ponto de encontro com amigos, ainda na fase de escola, finalmente está sendo reformada. Foi o primeiro cemitério da cidade, depois o primeiro ponto de encontro familiar. Eu brinquei no parquinho quando criança. Estava um lixo, abandonada e entregue aos maus elementos. Espero que fique linda.

O relógio. Quanta história tem aquele relógio! Fiquei preocupado, porque está lá apenas a carcaça. Cadê a máquina do tempo lá dentro? Ali, na mesma região, muitas paradas pós balada para os lanches da Afonso Pena. Agora vão mudar todos para o Horto Florestal. Que inclusive já está pronto para recebê-los. Falando em Horto Florestal. Também foi o primeiro parque para os namorados, as famílias e os amantes da natureza. Possui arvores nativas centenárias. Um bosque lindíssimo. Mas está abandonado. A pista de caminhada toda esburacada. O espelho d'água verde de lodo e sujeira. A lanchonete, que tinha uma roda de samba deliciosa não funciona mais. O orquidário está destruído. Como pode a prefeitura esquecer um lugar desses?

Voltando pela Afonso Pena, o primeiro Hotel Cinco Estrelas de Campo Grande está sendo construído. O El Kadri Plaza Hotel, do grupo hospitalar El Kadri. Não vejo a hora de hospedarmos noivas lá.

Ainda no Centro, a praça do Rádio Clube. Tantas vezes matei aula no Joaquim Murtinho pra namorar nessa praça. Ali pude assistir a grandes ídolos na Noite da Seresta.

Chegando aos altos da Afonso Pena, o Parque das Nações Indígenas. O lugar que mais amo em Campo Grande. Um projeto "Faraônico" do lendário governador Pedro Pedrossian, terminado pelo Zeca do PT. Alí tivemos as inesquecíveis Temporadas Populares, com shows incríveis. Duas vezes por mês temos os shows na concha acústica, sempre da melhor qualidade. E uma vez por mês, shows no teatro de arena, as margens do lago.

O lago, principal cartão postal da cidade, está sofrendo com erosão. Fiquei muito triste ao vê-lo seco. Por todo o parque, na extensão do córrego, estão acontecendo obras, que espero, seja para melhorar e salvar o lago. No mesmo parque, que é o segundo maior parque urbano do mundo, temos o Museu de Arte Contemporânea, MARCO, O Museu das Culturas Dom Bosco (que precisa urgentemente melhorar a direção) e muito breve, o Aquário do Pantanal, que será o maior aquário de água doce do mundo.

Apesar de tudo isso, Campo Grande não é uma cidade de grandezas. Mas de delicadezas. Um povo que gosta de tradições. Como a feira central, que deixei de ir quando saiu das ruas, onde hoje é um templo suntuoso da IURD, e foi burocratizada onde está, perdeu o encanto e quebrou a tradição.

Por outro lado, nem toda tradição é boa. Já que temos a tradição de eleger os mesmo grupos políticos, e talvez por isso, o desenvolvimento seja amarrado ao interesse da minoria.

Como aceitar o desleixo com o transporte público, onde a ASSETUR trata seus passageiros como animais sendo carregados para o abate? Não! Não é exagero. Andei de ônibus por muito tempo, e até pouco tempo atras.

Quem passa pela avenida Duque de Caxias, no domínio das forças armadas, percebe que toda a ostentação que ali existiu, hoje faz parte apenas de um cenário belo para a avenida poderosa que foi construída e finalmente vai ajudar no desenvolvimento daquela região.

Já existem vários bairros que ainda não conheço. E para cada um, uma larga avenida pra chegar. Em todas as cinco grandes regiões de Campo Grande, que levam o nome dos córregos que cortam a cidade, o desenvolvimento está a todo vapor. Sem menosprezar a competência administrativa dos gestores municipais, o Brasil segue o mesmo ritmo, e apenas um péssimo governante não conseguiria acompanhar.

Campo Grande, seu futuro é brilhante!

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